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01/02/2007
A reinvenção do Pompidou
O centro comemora 30 anos com projetos de expansão, do Brasil a Xangai

Óscar Caballero
em Paris

O segundo maior acervo de arte contemporânea do mundo, 180 milhões de visitantes e a possível criação de três fundações - em Tóquio, Brasil e Xangai - são os números redondos que o Centro Pompidou exibiu nesta quarta-feira (31/1) ao completar 30 anos de vida. Sua estréia, que mudaria o panorama da cultura mundial, aproximando-a do cidadão como nunca antes,
será comemorada
Jacques Chirac observa a maquete do Centro Pompidou durante cerimônia dos 30 anos

nos próximos meses com uma macroexposição de 1.300 obras do acervo do museu, com a simbólica mostra "Airs de Paris" [Ares de Paris] e com o IRI, um instituto de criação e inovação digital.

Em 31 de janeiro de 1977 os convidados para a inauguração do "ocni" (objeto cultural não-identificado) do visionário Georges Pompidou pensaram que aquilo não estivesse pronto. Outros o chamaram de "refinaria de petróleo". A inteligência parisiense denunciou a "desfiguração da área". Na realidade, o lugar onde se ergueu o centro era um estacionamento cercado por edifícios em ruínas, fachadas escurecidas pelo tempo, prostitutas magras, ratos gordos e bordéis clandestinos.

A comemoração do 30º aniversário tem uma vingança contábil: 180 milhões de visitantes. Mas Bruno Racine, desde 2002 o nono presidente do centro, prefere planejar o Pompidou do século 21. Sabe que os tubos coloridos de Renzo Piano e Richard Rogers mudaram o mundo: hoje, ao ouvir a palavra "cultura", os funcionários públicos puxam a calculadora.

Se a universalidade pedida por Pompidou se moldava, nos anos 80, nos laços culturais com os EUA, tendo no horizonte 2010, e embora tenha despertado a Georges Pompidou Foundation de Los Angeles, criada em 1987 e que perdia o vigor, Racine diz "bric". Como os economistas. "Bric" aqui significa "Brasil, Índia e China". E também Japão. Em 7 de fevereiro, o novo Centro Nacional de Artes de Tóquio será inaugurado com uma exposição enviada do Pompidou. É "o germe de uma fundação equivalente à de Los Angeles". E em março "uma delegação do centro parte para o Brasil para assentar as bases de uma estrutura semelhante".

Racine considera injustas as críticas ao Louvre de Abu Dabi. Mais ainda, associa a ele seu museu de arte moderna: "Empréstimos e, sobretudo, pedagogia. A arte moderna é de difícil acesso. Mas, além disso, nos apaixona colocar esse problema em um contexto tão diferente e tradicionalista". Por outro lado, "a globalização dos museus é inevitável. As exposições só existirão em co-produção. Preparamos Calder com o Whitney Museum, e assim a frágil "Le Petit Cirque" atravessa o Atlântico; Louise Bourgeois, com a Tate; Kandinsky, com o Guggenheim e Munique". E se o Pompidou Metz já tem data marcada, o projeto do século é o Pompidou Xangai: "Nossa análise indica a China como maior terremoto da cartografia da arte mundial".

Toda a arte moderna e Beckett

A partir desta quarta (31) e até a última semana de fevereiro, no exterior do Centro Pompidou será projetado todas as noites o vídeo "À la Belle Étoile", da suíça Pipilotti Rist. Ao mesmo tempo, de 1º de fevereiro a 2 de abril, haverá uma exposição do acervo histórico do museu, de 1906 a 1960: 1.300 obras e 550 revistas. "Um percurso cronológico para ressaltar a criação de artistas da primeira metade do século passado".

E de 25 de abril a 15 de agosto a exposição-acontecimento do ano: "Airs de Paris". Neste caso, a cronologia vai de 1970 até hoje, através da obra de 73 criadores que exploram os temas da cidade e da vida urbana.

Por um lado, artes plásticas (Tatiana Trouvé, Daniel Buren, Nan Goldin...) e por outro paisagem, arquitetura e desenho (projetos inéditos de Zaha Hadid, Jasper Morrison, Roman e Erwan Bourollec).

E ainda mais: o museu projeta uma "travessia pela obra de Samuel Beckett", na linha das exposições Roland Barthes e Jean Cocteau. Será de 14 de março a 25 de junho e contará com documentos excepcionais sobre as diversas facetas do criador. Também fará uma retrospectiva sobre Pierre Klossowski e um panorama da obra de Annette Messager.

E porque o digital nos toca nasce o IRI, um instituto de pesquisa e inovação "para desenvolver utensílios digitais (programas, revistas na rede) a fim de difundir o conhecimento da arte contemporânea e também ampliar a programação artística do centro". E Racine anuncia para junho "um festival de arte contemporânea destinado às crianças".

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Fonte: http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lavanguardia/2007/02/01/ult2684u273.jhtm

30 de janeiro de 2007


O prefeito de Paris,
Bertrand Delanoë,

inaugura a escultura
"Uma Mulher, uma Flor, Solidariedade",

do arquiteto brasileiro
Oscar Niemeyer,

no parque Bercy, em Paris.


Uma mulher, uma flor.



 
Vaticano planeja 'ópera-rock' para a Divina Comédia

Florença foi o cenário do encontro real entre Dante e Beatriz

 
O Vaticano planeja patrocinar uma “ópera-rock” baseada no poema de Dante Alighieri, A Divina Comédia, segundo informa o jornal britânico The Independent.
De acordo com o jornal, a adaptação da obra do poeta italiano teria uma trilha sonora feita por um padre liberal, o monsenhor Marco Frisina. A trilha sonora alternaria estilos de acordo com o momento do poema, com rock sendo usado no Inferno, canto gregoriano no Purgatório e música clássica para o Paraíso.

Depois de estrear em Roma no segundo semestre de 2007, em uma apresentação patrocinada pelo Vaticano e pelas duas casas do Parlamento italiano, a montagem deve viajar por diversas capitais da Europa “para chamar a atenção do grande público para a importância da obra imortal”, afirmou Riccardo Rossi, diretor geral da Nova Ars, que está produzindo a ópera.

A diretora Elisabetta Marchetti está recrutando um elenco de 20 atores e cantores, 30 bailarinos, 50 figurantes e uma orquestra de 100 músicos, que devem usar cerca de 250 figurinos na montagem que tem o nome de A Divina Comédia, a Ópera – O Homem que procura o Amor.

Os ensaios começam ainda neste mês e os nomes dos atores que interpretarão os principais papéis, de Dante, Virgílio e Beatriz, devem ser revelados em breve. A única confirmação é de que o papel, de Dante deve ficar com um renomado ator e cantor italiano.

Clássico

Frisina, que já escreveu roteiros para dramatizações televisivas das vidas dos papas João Paulo 1º e 2º, discordou da observação de que a obra de Dante é de pouca relevência para o mundo moderno.

“O poema é muito relevante. Se trata de uma fonte inexaurível de mensagens, estórias e ensinamentos e embora seus personagens sejam de uma outra época, falam para os homens de hoje, com sua voracidade por conhecimento, seus medos, mas essencialmente sobre os seus desejos de elevação rumo a uma beleza divina”, disse Frisina, em entrevista ao jornal italiano La Repubblica.

A Divina Comédia, poema do poeta italiano Dante Alighieri, foi escrito entre 1308 e 1321 e é considerado uma das mais importantes obras da literatura. - Na verdade, boa parte da concepção católica de céu e inferno está baseada nessa obra, a primeira, diga-se de passagem, escrita em italiano. Até aí, todos escreviam em latim. Sua influência foi tão grande que, ao final do séc. XIV,  Geoffrey Chaucer animou-se a escrever em inglês os seus Contos de Canterbury.

Dividido em 100 cantos, conta a jornada de Dante pelo Inferno, Purgatório e Paraíso para poder dividir sua experiência com a humanidade. Em sua jornada, Dante é guiado por Virgílio no Inferno e Purgatório e pela sua amada Beatriz no Paraíso.

Beatriz Portinari, que inspirou a personagem de Dante na Divina Comédia, existiu de verdade na Florença do final do século 13. Virgílio, outro personagem da peça, foi um poeta romano do século 1 AC e também foi levado da vida real para a ficção pela obra de Dante.


 
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