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ESTUDOS INTRODUTÓRIOS
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Coordenação:Luiz-Olyntho Telles da SilvaLocal:
Rua Dr. Timóteo, 727/502 Início: Quarta-feira 5 de março de 2008 19h30min |
- usada para se referir à alma,
à sombra dos mortos. Mas daí a ser usada como radical para conotar psiquismo,
levou muito tempo. É só no séc. XVI que Phillipp Schwarzerdt (1497-1560),
um jovem e precoce professor de grego, interessado na educação dos jovens,
na filosofia, na física e mesmo na astrologia, a usa para escrever “Psicologia”,
uma psicologia, em todo caso, dominada pela consciência. Neste momento, o
psiquismo só não era dominado inteiramente pela consciência por ceder boa
parte à influência do divino. Schwarzerdt foi aluno do humanista Johannes
Reuchlin que o chamava - traduzindo a “terra preta” de seu nome para o grego
- Melanchthon. É com este nome que ficou conhecido o criador da palavra psicologia.
Um dos alunos de Melanchthon foi Martinho Lutero, e embora bem mais velho
que o professor, a influência entre os dois foi recíproca. Em termos psicológicos,
sua leitura da consciência talvez não fosse muito diferente da mencionada
por Homero cujos personagens não têm vida interior; quando quer representar
alguma reflexão, os deuses são invocados. O termo psicologia foi difundido
depois por Rudolf Goeckel conhecido - de modo latinizado - como Goclenius
de Marburg (1547-1628). No séc. XIX, quando o sufixo começa a ser usado com
mais freqüência, ainda assistimos ao domínio da consciência. Aí, quando se
dizia inconsciente, era para se referir a alguém que não sabia o que fazia;
um termo de conotação pejorativa. É só no finalzinho do séc. XIX, início
do séc. XX, que Freud vai utilizar o radical psi para inventar a sua Psicanálise,
com este objeto absolutamente novo que é o inconsciente. Um objeto que não
está no corpo, que de certo modo está fora de cena, - para usar um termo
deste outro Psicólogo fantástico que foi Gustave Fechner -, em uma outra
cena, emersa através do discurso, à qual se tem acesso por intermédio da
pulsão, este conceito limítrofe entre o somático e o psíquico. Lacan valoriza
esta relação e propõe uma outra topologia - diferente da euclidiana - e uma
outra lógica - distinta da clássica - para estudá-la. Armado destas novas
ferramentas conceituais, e também dos recursos da lingüística saussuriana,
Lacan propõe retornar aos textos inaugurais de Freud.
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