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A DIVINA COMÉDIA
de Dante Alighieri
Ao escrever sua obra
magna, A Comédia, Dante começa, pelo título,
a situar sua obra pela oposição aos clássicos gregos.
Enquanto os gregos escreviam mormente tragédias, Dante promete
uma comédia. A vida é tornada trágica pela
presença da morte, e a comédia diz da vida depois da passagem
pela morte. Os gregos também escreviam comédias. Aristófanes,
sempre nas nuvens, é maravilhoso! Mas a comédia, para
os gregos, era um gênero menor, provinha das zonas periféricas,
dos comos, enquanto a tragédia provinha da polis.
Dante transforma a comédia em um gênero maior. A primeira obra
escrita em uma outra língua que não o latim, tinha de ser
uma obra maior. Com a sua Comédia, Dante não apenas
estruturou um imaginário sobre a vida depois da morte, ele fez nascer
a língua italiana.
Desde sua primeira
publicação, no início do século XIV, nunca
mais deixou de ser estudada, analisada e tomada como referência. Giovanni
Boccaccio, seu primeiro estudioso de renome, ainda no século XIV,
ficou tão bem impressionado com a obra que aplicou um adjetivo ao
título, chamando-a de A Divina Comédia. É dele
o primeiro estudo biográfico de Dante. De lá para cá
os estudos e citações não cessaram. Entre os últimos,
Paul Auster, já no começo de seu último romance, Invisível
(2009), cita um dos personagens do Inferno, Bertran de Born,
o famoso poeta inglês, um dos maiores trovadores provençais,
acusado de ter semeado a discórdia entre o Rei Henrique II e seu
filho; sua presença no canto XXVIII indica aquele que é provavelmente
o contrapasso mais nítido em toda a Comédia: tendo seu pecado
consistido na separação de pai e filho, no Inferno
ele passeia segurando sua própria cabeça em baixo do braço!
Jacques Lacan cita
Dante ininterruptamente, do seminário 7 – A Ética da Psicanálise
–, até o 13, – O objeto da Psicanálise –, em cujo
sétimo capítulo entra em detalhes, com a ajuda do senhor
Dragonetti, especialista em A Divina Comédia, sobre como
a função do espelho aparece aí, tomando por
base o mito de Narciso. No seminário 7, em comentário
complementar ao capítulo 12, Lacan também citara outro poeta da lingua occitana (langue
d'oc), Arnaud Daniel,
criador da sextina (canção com estrofes de seis versos),
com seus poemas sobre os pactos amorosos, colocado por Dante, no canto XXVI,
entre os sodomitas.
É para ler esse
magnífico poema de Dante, examinando suas implicações
na cultura e tirando daí suas possíveis ilações
psicanalíticas, que lhes convido, a partir do dia 10 de março
do corrente ano, sempre na segunda quinta-feira de cada mês, das
19h30min às 21h.
Porto
Alegre, fevereiro de 2011
Luiz-Olyntho Telles
da Silva
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Abertas as inscrições
para uma
nova turma de
Formação em Psicanálise
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Leia aqui um texto de
Jorge Luis Borges
sobre a
Divina Comédia
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