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"Eu contei pro papi que gosto muito de ser lambida, mas parece que ele nem me escutou, e se eu pudesse eu ficava muito tempo na minha caminha com as pernas abertas mas parece que não pode porque faz mal, e porque tem isso da hora. É só uma hora, quando é mais, a gente ganha mais dinheiro, mas não é todo mundo que tem tanto dinheiro assim pra lamber".

Assim é um trecho do livro O caderno rosa de Lori Lamby, uma das obras mais polêmicas da escritora e poeta Hilda Hilst.
O livro é o primeiro de uma tetralogia obscena, lançada em 1990, depois de ser recusado por algumas editoras e causando, posteriormente ao lançamento, espanto e polêmica. Escrito no formato de um diário, o livro narra em primeira pessoa a história de uma menina de oito anos que vende o corpo incentivada pelos pais. A linguagem é própria de uma criança dessa idade e a história nada tem de dramática, muito pelo contrário. Daí o espanto, causado até hoje por quem lê.
Embora não tenho sido sua única obra, foi com o Caderno rosa que a escritora, nascida no interior de São Paulo em 1930 (na cidade de Jaú) ficou mais conhecida. "Gosto muito de Lori Lamby, e ela colaborou para me deixar mais conhecida", disse Hilda Hilst certa vez. "Graças à Lori, muita gente procurou meus outros textos". O livro prova que nem todo autor expõe parte de sua biografia em todas as suas obras. Nada pode ser comparado ao Caderno rosa.
Agora, grande parte do acervo da escritora, poeta e dramaturga estará exposta, com entrada gratuita, a partir deste sábado 28 no Itaú Cultural. Lori Lamby é apenas uma parte genial de Hilda Hilst, que publicou dezenas de obras entre poemas, ficções e peças de teatro. Seu lado obsceno talvez seja o mais conhecido, mas Hilda Hilst tem textos que exploram outras questões como a busca pelo significado de Deus e da morte.

A ocupação acompanha o cotidiano da escritora, por meio de notas, agendas, registros de sonhos e reflexões. Parte dos escritos de Hilda Hilst estão expostos para o público ver e manipular e a cenografia promete reproduzir um ambiente intimista, inspirado pela Casa do Sol, em Campinas (SP), onde ela viveu dos 35 anos até morrer, em 2004. Dividida em cinco núcleos, a ocupação é focada nas obras Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão, Kadosh, A Obscena Senhora D, Com os meus olhos de cão e O caderno rosa de Lori Lamby. Parte do conteúdo é inédito em exposição.
Além do espaço expositivo, a ocupação terá uma programação paralela, incluindo quatro peças baseadas em textos da escritora e um show do cantor Zeca Baleiro com composições sobre os versos de Hilda Hilst.
A ocupação Hilda Hilst fica em cartaz até o dia 21 de abril, de terça a sexta, das 9h às 20h, no Itaú Cultural (Avenida Paulista, 149). A entrada é gratuita. A programação completa, incluindo as atividades paralelas, podem ser acessadas pelo site do local.